O Ronco pode ser o sinal de uma doença grave e evolutiva



Estima-se que hoje no Brasil existam cerca de 40 milhões de pessoas com apneia do sono e ronco. Somente em São Paulo acredita-se que este número ultrapasse 9 milhões. Para o otorrinolaringologista Dr. Jamal Azzam, apesar de termos poucos trabalhos científicos que nos fornecem números exatos quanto à prevalência desta doença em nosso país, certamente trata-se de uma situação bastante comum.
Nos Estados Unidos estima-se que anualmente morram cerca de 38 mil pessoas decorrentes as doenças do sono, como a apneia. Os acidentes de carro devidos aos distúrbios do sono chegam a 100 mil por ano.  Motoristas sonolentos provocam um em cada seis acidentes fatais, chegando à impressionante marca de cerca de 17%. São também responsáveis por 1 em cada 8 acidentes que resultam em ferimentos graves.  Cerca de 41% dos motoristas admitiram já terem dormido ao volante.  Quanto aos gastos com acidentes envolvendo pacientes que tem apneia do sono nos Estados Unidos, chega-se à estatísticas incríveis:
  • Acidentes automobilísticos: US$ 39 bilhões
  • Acidentes de trabalho: US$ 13,4 bilhões
  • Acidentes públicos: US$ 1,34 bilhões
A Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS) é um distúrbio provocado pela obstrução dos canais respiratórios (especialmente na garganta) durante o sono, culminando numa diminuição drástica no fluxo de ar, chegando às vezes, a obstruí-lo completamente (parada respiratória).  As paradas respiratórias com duração maior de 10 segundos são consideradas patológicas.
O paciente sente por vezes como se estivesse “um engasgo forte” e depois “puxa a respiração com muita força, fazendo um barulho muito alto”, assustando a pessoa que está ao lado, dando a impressão de que está sufocado. Muitas vezes o próprio paciente acorda assustado neste momento.
Lembramos que apneia significa “parada respiratória” e hipopneia significa “diminuição da respiração”.  Ambas situações são consideradas conjuntamente para o diagnóstico e a mensuração da gravidade da doença.
Na grande maioria dos casos o paciente ronca e isto pode ser um sinal da apneia do sono.  O ronco é um sintoma muito importante de que algum problema respiratório está acontecendo.  “Apesar da sociedade ainda ter bastante preconceito em aceitar e falar que ronca, devemos nos preocupar com este sintoma e procurar esclarecimento sobre a possibilidade de estar sofrendo alguma doença”, explica Dr. Jamal.
As consequências da apneia do sono no dia a dia da pessoa podem ser inúmeras. Geralmente quem tem SAHOS sofre com muita sonolência e cansaço constante durante o dia, causados obviamente por uma noite de sono pouco eficiente e nada relaxante. O paciente acorda sentindo-se mais cansado do que quando foi dormir.
No entanto, existem ainda inúmeras outras consequências graves, como a forte relação com a hipertensão arterial, arritmias cardíacas, doenças nas coronárias, insuficiência cardíaca, redução da quantidade de sono profundo e até diminuição da libido e impotência sexual. Também pode ocorrer redução da memória, dificuldade para assimilar novas informações, maior irritabilidade e labilidade emocional. Em crianças, este distúrbio pode causar hiperatividade, baixo rendimento escolar, déficit de atenção, entre outros problemas.
Os idosos são a população mais afetada pela apneia do sono.  Estudos mostram que cerca de 60 % homens e 40 % das mulheres acima de 65 anos roncam e/ou tem apneia do sono.  Isto contrasta com a estatística de que 24% dos homens e 18% das mulheres de meia-idade roncam. Os idosos naturalmente acumulam distúrbios cárdio-circulatórios, respiratórios e metabólicos próprios do envelhecimento.  Porém, quando soma-se à apneia do sono, a exacerbação dos sintomas e a enorme piora das consequências  torna-se realidade. Então, os idosos com apneia tem uma chance extremamente aumentada de morte súbita durante o sono, maior risco de infarto do miocárdio, maior risco de hipertensão arterial, maior risco de acidente vascular cerebral etc.
A forma mais confiável de diagnosticar a doença é através de uma consulta com um médico otorrinolaringologista e do exame de polissonografia. O paciente permanece sob cuidados durante uma noite completa, enquanto são feitos os registros em aparelhos especiais. Todo o procedimento é totalmente indolor e não invasivo. Mede-se com eficiência a qualidade do sono, parâmetros respiratórios e neurológicos noturnos de uma pessoa. “A detecção precoce e tratamento imediato são as melhores maneiras de evitar-se muitos transtornos futuros”, ressalta o especialista.
Fonte: Rojas Comunicação

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